“Quando o alivio espreita, o mundo se endireita…”
P.V. Sara
Dançava coladinha ao Kellan as músicas que iam passando… Ia descontraindo, relaxando… namorando. O bar estava praticamente vazio, o que para nós era óptimo! Longe de demais olhares curiosos… Ah, para nós e para o Robert que, devido aos hambúrgueres – aposto! – não se estava a sentir nada bem… Ainda assim, bebia uma cerveja, ao que parecia gelada… Ele devia mesmo querer ficar doente!
- Babe… - Despertou-me o Kellan dos meus pensamentos. – Em que pensas tanto?
- Neste momento em nada… é impossível faze-lo contigo a beijar-me o pescoço… - Admiti.
Ele gargalhou.
- Há bocado… Quando eu não te estava a beijar o pescoço…
- Hum, estava a pensar que o Robert não me parece estar-se a sentir bem… E acho que se está a fazer de forte ao beber uma cerveja… Acho que isto não vai acabar bem…
Ele desatou a rir de novo. Olhei-o séria.
- A sério, amor? Achas mesmo? O Rob é forte…
- Até pode ser! Mas maldisposto e animadinho ao mesmo tempo não vai dar bom resultado… E ele ainda tem de voltar para o Hotel e levar a Ângela a casa… - Mostrei-lhe o meu ponto de vista.
- Tens razão, baby… - Admitiu pensativo. – E agora? Estou aqui tão bem contigo… - Mimou-me abraçando-se mais a mim.
- Eu também amor… Mas é melhor pará-lo, não achas? Depois voltamos para aqui… - Prometi sorrindo.
Ele beijou-me e fomos ter com o Rob.
P.V. Robert
Eu sentia-me cada vez pior… A minha cabeça e barriga andavam à roda. Meti mais um gole à boca… Arrggg… Eu estava mesmo a entrar em contagem decrescente. Voltava a levar a cerveja à boca quando alguém m’a arrancou da mão.
- Já chega Rob! – Avisou-me o Kellan.
- Acho que tens razão… - Concordei com ele.
- Não é melhor ires para casa?! – Perguntou-me a Sarinha.
- Hum… Sim, sim, mas eu vou… - Decidi levantando-me da cadeira.
Cambaleei com uma náusea que desapareceu rapidamente.
- Não vais de certeza sozinho! – Deixou-me bem claro a Sara.
O Kellan lançou-lhe um olhar… Eu estava a condicionar a noite deles… Nãã, nãã isso é que não podia ser.
- Eu vou sozinho, já disse… - Voltei a repetir apesar de contrariado… Olhei-a…
Apetecia-me levá-la… Levá-la a ela…
- Rob? – Chamou-me a Angie ao ver que eu a observava. – Eu vou contigo…
Não Robert… Isso não está correcto! Impede-a!
- Obrigada, fofinha…
Que raio se passa na minha cabeça?!
- Consegues conduzir, meu? – Averiguou o Kellan.
- Claro… Não estou bêbedo, apenas maldisposto… Okay, muito maldisposto…
A Angie despediu-se deles e ainda os ouvi dizer para se ela precisasse de alguma coisa não hesitar em telefonar-lhes.
Caminhámos para o carro, devagarinho… Sentia-me tonto. Respirei fundo e a minha má disposição pareceu aliviar. Abri o carro e sentei-me. Inconscientemente deitei a cabeça sobre o volante.
- Tens a certeza que te sentes em condição de conduzir? – Perguntou-me ela colocando uma mão nas minhas costas. – Estás a transpirar…
- Sim… Anda, vamos lá querida. – Decidi levantando a cabeça e ligando o carro.
P.V. Ângela
Perdida em pensamentos, preocupada com ele passei todo o caminho… Despertei apenas quando ele fez uma paragem brusca, foi aí que me apercebi que tínhamos chegado… Chegado ao hotel dele. Ele saiu pressuroso do carro.
- Não aguento mais… - Queixou-se.
Saí também rapidamente do carro, ele trancou-o. Em passo apressado, dirigimo-nos para o elevador passando pelos flashes (para variar) e quando demos por nós estávamos dentro do desarrumado apartamento de hotel do Robert.
- Dá-me um ins… - E nisto desatou a correr para o WC deixando cair pelo caminho as chaves do carro.
Corri para a porta do WC para ver como ele estava… A porta estava fechada mas eu ouvia-o vomitar…
- Robert… Deixa-me ajudar-te… - Pedi aflita.
Ele não me respondia. Apenas os seus vómitos eram audíveis… Porém no intervalo de um ele respondeu-me:
- Vai para o quarto… ou para a sala, mas sai daqui… Não oiças e nem vejas isto…
Acedi ao seu pedido contrariada. Tirei o casaco e pousei-o no sofá. Pus água a aquecer para lhe fazer um chá e reparei num papel em cima da mesa. Era do Tom:
«Rob, passarei a noite fora… Aproveitei o facto de saíres para sair também. Fui a West Hollywood à discoteca “House of Blues”, aluguei quarto num hotel lá… Volto amanhã. Porta-te bem, Tom.»
Fiquei contente ao ler o bilhete, ele estava fora. Tirei uma caneca do armário e coloquei um pouco de açúcar. O tempo passava, a água fervia e o Robert vomitava… e eu ali, preocupada! Deitei água na caneca e coloquei uma saqueta de chá dentro. Para meu alívio, finalmente ouvi o autoclismo ser puxado e a torneira a ser utilizada… Por fim acabara a sua má disposição… Fiz um esforço enorme para não correr para a porta do WC, mantendo-me assim agarrada ao balcão da mini cozinha controlando os meus impulsos.
- Obrigada… - Agradeceu-me ele aparecendo à porta da divisão onde me encontrava.
Já tinha corzinha na cara, vinha em tronco nu, transpirado. Foi a gota de água para mim… Não, não aguentei mais. Corri para ele e beijei-o suavemente… Era o alivio a falar… O alivio de o ver melhor.
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